quinta-feira, 23 de abril de 2015

O cinismo tucano

por OSVALDO RODRIGUES JUNIOR


Aécio Neves processou 66 pessoas responsáveis por contas no microblog Twitter, sob a alegação de que os mesmos criavam conteúdo ilícito, ofensivo e mentiroso, constituindo uma "rede virtual de disseminação de mentiras e ofensas" durante a corrida presidencial. O candidato afirmava que os blogueiros eram pagos para atacar os candidatos e disseminar conteúdo negativo sobre eles. 

Altamiro Borges e Pablo Villaça, dois dos processados por Aécio Neves, se defenderam. O primeiro afirmou que Aécio “é o rei da censura em Minas Gerais e, se fosse na época da ditadura, ele poderia ser um grande general”. Enquanto o segundo publicou que “Em 2014, AE-5 Neves ainda não entendeu o que é democracia e liberdade de expressão. Quer me censurar judicialmente. Não adianta querer me calar judicialmente, @AecioNeves. Moro em MG, conheço sua gestão pavorosa e tenho PLENO DIREITO de gritar isso”.

Passados cerca de 6 meses da corrida eleitoral, o jornal Folha de São Paulo denunciou que o governo do Estado de São Paulo pagou R$ 70 mil reais mensais entre outubro de 2014 e março deste ano para o blogueiro Fernando Gouveia. Mais conhecido como “Gravataí Merengue”, o responsável pelo site Implicante, que tem como principal objetivo divulgar conteúdo antipetista, negou que o dinheiro tenha origem ilegal. O mesmo afirmou ainda que a sua empresa, Appendix, foi subcontratada pela Propeg para realizar serviços para o governo do Estado. 


Além de Fernando, João Dória Junior, empresário responsável pelo movimento “Cansei” durante o governo Lula e defensor ferrenho do impeachment de Dilma Rousseff, o tucano recebeu entre março e setembro de 2014, R$ 595.175,00 por meio da Doria Editora.

Dessa forma, o PSDB que promoveu uma verdadeira “caça as bruxas” durante a corrida presidencial “prova do próprio veneno”, ao utilizar dinheiro público para financiar blogs e publicações de partidos. No mínimo apresenta lastros de uma hipocrisia que o acompanha historicamente, ou seja, do velho bordão “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

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