quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Quem lucra com a crise?

por SANDRO CHAVES ROSSI



A retração da economia brasileira no primeiro trimestre atingiu com força setores como a indústria e o comércio, o que causou um grave aumento da inflação e resultou em várias demissões em diversos setores. Porém, a crise pouco afetou os resultados do ramo financeiro: os principais bancos privados do país cresceram no período a taxas próximas de 30%. O aumento de tarifas, cortes administrativos e controle da inadimplência como explicações para o destaque positivo durante a crise não são suficientes. 

Vale lembrar que no começo do ano o governo federal destinou quase metade das verbas para o pagamento da dívida pública, que tem como grandes beneficiários os bancos - já sabemos que boa parte da dívida pública que o Brasil paga é irregular, como foi apontado na CPI da Dívida Pública, em 2009. Claro que os ajustes que os bancos fizeram foram essenciais para que eles tenham lucros expressivos durante a crise, porém é um grande equívoco achar que o pagamento da dívida feito pelo governo não seja fator principal para esse deslanche econômico. 

Quem lidera a lista dos bancos que mais lucram é o Itaú, maior banco privado brasileiro, que lucrou R$ 5,9 bilhões no segundo trimestre de 2015. O valor representa, em termos percentuais, uma alta de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior, que ficou em R$ 4,8 bilhões. O Itaú já havia obtido, nos primeiro trimestre de 2015, um lucro que ultrapassou os R$ 5,7 bilhões. O Bradesco ocupa o segundo lugar nesse ranking, tendo uma alta de 18,4% em seus lucros comparados com mesmo período de 2014, registrando R$ 4,4 bilhões de lucro líquido. Com a compra do HSBC, o Bradesco tem uma projeção de ultrapassar o Itaú até o próximo ano. Logo atrás do Bradesco, o lucro anunciado pelo Santander saltou de R$ 527,5 milhões no mesmo período de 2014, para R$ 3,8 bilhões. 

Outro fator que deve se destacar é a o alto valor dos juros que os bancos brasileiros têm, considerados uns dos mais elevados do mundo. Fernando Rugitsky, professor de economia da USP, disse em entrevista a BBC Brasil que os juros são fatores decisivos para o lucro, ainda mais quando eles são aplicados em cima de títulos do tesouro - títulos do tesouro estão ligados diretamente com a dívida pública brasileira. 

"Se a Selic (taxa de juros básicas da economia) sobe, como tem acontecido, temos um aumento do piso de rendimento do mercado financeiro. Em última instância, se os bancos não conseguem emprestar seus recursos, podem aplicá-los em títulos do tesouro. Então quanto maior os juros pagos por esses títulos, mais os bancos ganham nesse tipo de operação." 

Não é exclusivo do sistema bancário brasileiro se beneficiar da crise para gerar lucros. Na verdade, essa prática é extremamente comum no mundo inteiro. O Instituto de Pesquisas Econômicas Leibniz, de Berlim, diz que a Alemanha arrecadou cerca de € 100 bilhões (US$ 109 bilhões) desde 2010 graças à crise econômica da Grécia. Basicamente o que aconteceu foi que o valor representa a poupança da Alemanha obtida através das baixas taxas de juros sobre os seus títulos. Essa política monetária só foi possível graças à fuga de investidores da Grécia, que escolheram migrar o capital para a economia alemã, mais sólida e segura, e comprar títulos do governo. 

Até aí não há muitos problemas, visto que tal processo faz parte da política monetária, porém, quem está um pouco mais a par da situação da economia grega sabe as imposições que a Troika, liderada pela Alemanha, faz sobre a Grécia. Medidas duríssimas de austeridade que forçam a Grécia a fazer ajustes que respaldam ferozmente na população grega, que sofrem com altas taxas de desemprego e uma inflação descontrolada. No nível que a Grécia se encontra hoje, não é nada conspiratório acusar que houve interesse próprio por parte do sistema financeiro em lucrar com a devastação da economia grega. 

Quando o Primeiro Ministro da Grécia, Alexis Tsipras, consultou o povo para decidir se iria pagar ou não a dívida à Troika, e quando o FMI admitiu que a dívida grega devia ser reestruturada para que houvesse o quitamento, o ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, se opôs imediatamente com a justificativa de que o seu governo devia manter o orçamento equilibrado. O Leibniz, porém, defende que o equilíbrio orçamental alemão só foi possível graças às poupanças em taxas de juros por causa da crise de dívida grega. 

Tudo isso é algo que a história da economia mundial já nos mostrou diversas vezes: sempre quando um fica mais pobre, outro fica mais rico. Não há destruição da riqueza, e sim distribuição - nesse caso, mais pra um que para outro. A economia é muito mais que questões de déficits e superávits, é algo intrínseco à natureza humana, isso inclui as relações sociais, políticas e ambientais. O sistema financeiro lucra com a desigualdade. Se os bancos andam muito bem, algo está errado.

2 comentários:

  1. pois para eliminar ou diminuir o tal DESEMPREGO INFLAÇÃO HIPERINFLAÇÃO etc nunca jamais foi dando ESMOLAS OFICIAIS e ou então implodindo SETOR PÚBLICO com mais SERVIDORES eou com AJUDAS PROGRAMAS SOCIAIS e ou com JUROS TAXAS BANCÁRIAS acima de=300%=900%=enquanto a inflação anual é menos de=09%=isto é pura AGIOTAGEM porém OFICIAL
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    pois isto já tentaram de=1964á1994=JUROS=ESTRATOSFÉRICOS=para eliminar com a INFLAÇÃO DESEMPREGO etc áliás só aumentou mais ainda o DESEMPREGO e até chegarmos á HIPERINFLAÇÃO de 50%mensalmente e hoje estamos dando mas os mesmos remédios mas só ENRIQUCER mais ainda os BANQUEIROS os ESPECULADORES FINANCEIROS e se fazer com que se tornem MINDINGOS os EMPREENDEDORES BRASILEIROS
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    isto é os que PRODUZEM FABRICAM seja lá o que for e DÃO EMPREGOS, pois em referencia aos BANCOS BANQUEIROS tudo está sendo feito no CELULAR não tem como dar mais EMPREGOS, a resposta está no puro empreendedorismos álias uma vez EMPREENDEDOR sempre EMPREENDEDOR isto é EMPREENDEDOR por vontade própria nunca jamais se aposenta etc
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  2. Bancos lucram bilhões mas demitem graças ás tecnologias celular internet etc enquanto a indústria despenca-pois átrás de 01 10 100 1.000.000 trabalhadores autonomos profissionais liberais etc tem ás vezes ÚM ÚNICO EM PREENDEDOR etc isto é antes dos milhões de empregos tem que ter empreendedor então enfase nos MICROS MINIS MACROS EMPREENDEDORISMOS pois para eliminar ou diminuir o tal DESEMPREGO INFLAÇÃO HIPER INFLAÇÃO etc nunca jamais foi implodindo o SETOR PÚBLICO com SERVIDORES AJU DAS PROGRAMAS SOCIAIS e ou com JUROS TAXAS BANCÁRIAS aci ma de=300%=900%=enquanto a inflação anual é menos de=09%=isto é pura AGIOTA GEM porém OFICIAL
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    pois pegam do BNDES TESOURO NACIONAL IMPOSTOMETROS BANCO CENTRAL DO BRASIL BANCO DO BRASIL CEF etc á juros quase zero ao ano para pagar mas por mil anos e emprestam aos outros mais de 99,999% da população brasileira por mais de=300%=900%=ao ano assim é facil para se tornar bilionário do dia para a noite mas isto é só acessível mas só para menos de 00,001% da população brasileira os tais amigos do rei do poder
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    pois isto já tentaram de=1964á1994=JUROS=ESTRATOSFÉRICOS=para eliminar com a INFLAÇÃO DESEMPREGO etc áliás só aumentou mais ainda o DE SEMPREGO e até chegarmos á HIPERINFLAÇÃO de 50%mensalmente e hoje estamos dando mas os mesmos remédios mas só para ENRIQUCER mais a inda os BANQUEIROS os ESPECULADORES FINANCEIROS e se fazer com que se tornem MINDINGOS todos os micros minis macros EMPREENDEDORES os quais PRODUZEM FABRICAM DÃO EMPREGOS, álias uma vez EMPREENDEDOR sempre EMPREENDEDOR isto é geralmente o EMPREENDEDOR por vontade própria nunca jamais se aposenta pois sempre se preocupam com a vida dos que estão na sua total dependencia, os seus colaboradores
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